segunda-feira, 14 de abril de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um dúvida:

Se o ano é novo,
Por que temos que continuar sendo as mesmas pessoas?

É amor?

Eu tento não falar nada, você insiste em dizer "oi". Melhor assim. Se você não fala nada eu fico com raiva. E se você fala também. E aí quando eu quero você diz que não dá mais. Só sente minha falta quando a geografia não permite mais a gente de estar junto. Em público você me ignora, só quando estamos separados é que quer estar junto. Quando falo de você, dói, mas eu rio. Ainda tento descobrir se você fala de mim. Quando eu sonho é contigo. Quando tenho pesadelo também. E quanto mais eu me afasto mais eu quero estar junto. E quando a gente briga é só para eu voltar querendo mais ainda você. Mesmo assim, não consigo me imaginar com você. Mas não consigo viver sem você. Seu nome até combina com o meu, muito embora eles nunca tenham sido escritos juntos. Desconfio que nunca vou ter alguém como você. Na verdade, nunca te tive.
Acho que era amor.
Agora é só paradoxo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Leite Derramado

Me ensinaram desde muito cedo: Não adianta chorar pelo leite derramado. E a vida me provou que era verdade... Eu até li o livro do Chico Buarque.
Mas a coisa fica bem diferente quando o líquido derramado é o azeite.
Eu até tentei não chorar, mas ele provocou. Ficou ali no chão se espalhando, driblando os pedacinhos verdes do vidro da embalagem, me lembrando das até então esquecidas aulas de química, se negando a misturar com a água. E haja Veja!
E eu permaneci ali, lágrimas caindo, sem saber direito se chorava porque o litro do azeite tava caro, porque faria falta na minha salada ou porque a diarista tinha acabado de limpar a casa e só volta daqui a um mês.
O pior até agora tem sido o fato da minha casa cheirar a bolinho de bacalhau de tanto azeite que se espalhou pelo piso.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Computador

Fim de período. Cinco telas abertas. Quatro páginas no Word. Nada salvo. E eis que fica tudo preto. 5 segundos inspirando tentando não perder a calma. 5 segundos expirando espantando o nervoso. 30 segundos depois e as luzes não reascendem. Cheguei a gelar e, por descuido do desespero, pensei até em apelar para Deus. Não quebrou. Não quebrou. Não quebrou. Não pode ter quebrado. Mais um minuto para fazer a cabeça voltar a funcionar. A percepção de que não, não tinha mesmo quebrado, foi só o fio do carregador que tinha desligado. Botão de ligar. Mensagem na tela. "Documentos Recuperados" Ufa. Suspiro aliviado.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Número Privado

Conferindo o histórico do meu celular, vejo que a ligação durou menos de um minuto e meio. Um minuto e vinte e quatro segundos, sendo exata.
Buscando na minha memória, lembro de ter dito umas 10 palavras. Na verdade, lembro das três primeiras, depois não lembro muito de mais nada.
Sei que quem falava era a Maria, mas isso é tudo que eu sabia dela. Agora sei também o último nome, veio no e-mail.
Acho que isso foi tudo.
Tudo mesmo.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Morangos

Ah, os morangos...Eles tem boa aparência, são atraentes e alguns dizem até que são afrodisíacos. São cobertura de bolo, recheio de biscoito, sabor de iogurte. São da cor da paixão, pomposos, imbatíveis.
Mas não para mim.
Eu sempre achei o morango uma espécie de fruta traiçoeira. Morangos são como homens que te seduzem mas não querem nada com você. Morangos usam do charme e da elegância para fazer você se sentir atraída mas, quando você chega nos "finalmente", te surpreendem (negativamente!) com um sabor azedo na boca. Eu nunca quis nada com os morangos.
Até aquele dia.
Eu não estava nem olhando, nem cogitando comer. Mas ele veio grande, vermelhinho, quase chamando meu nome. Foi oferecido por simpático sorriso que me dizia "Prova, você não vai se arrepender."
Foi então que eu cedi. Depois de quase uma vida negando fervorosamente os morangos, àquele eu não consegui resistir.
E me apaixonei.
Foi o melhor morango que eu já provei. Diferente de todos os outros, era doce, macio, delicioso. Era tão bom que eu até desconfiei se era mesmo um morango. O sabor era suave, sugestivo, maravilhoso.
Aquele morango me fez dar uma nova chance aos outros morangos. Afinal, se um se salvou, não era possível que todos os outros fossem ruins, certo?
Errado.
A segunda chance aconteceu quase uma semana depois, quando aquela paixão parecia platônica, mas o gosto ainda queimava forte em minha boca. Eu já estava quase convencida de que devia deixar esse amor para lá. Aquele era o morango-amor-da-minha-vida e eu tinha o perdido. Uma pena. Paciência. Fim.
Aí um novo sorriso me ofereceu um novo morango. O sorriso comia os morangos como sobremesa do seu almoço, o que me fez confiar nele. Para alguém comer qualquer coisa que não chocolate de sobremesa, essa coisa tinha que ser realmente boa. Então os morangos eram bons. Eu estava certa, parecia seguro aceitar.
Eu mordi o morango cheio de vontade e... decepção.
Era aquele gosto de novo, o azedo, o falso, o traidor. Eu não queria acreditar. Era o fim do amor. Meu sonho acabou.
Que droga, eu sabia que não devia acreditar nos homens.